sábado, 8 de março de 2008

Atualização

A atualização deste blog, em 2008, será feita neste novo endereço. Passem por lá.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Pesquisa Documental

O método da Pesquisa Documental vale-se de documentos originais, que ainda não receberam tratamento analítico por nenhum autor. Assim, esta pesquisa não se confunde com a bibliográfica. É comum, na produção de monografias da área da Comunicação, coletarmos dados em documentos bastante diversificados:

- documentos institucionais conservados em arquivos;
- documentos institucionais de uso restrito;
- documentos pessoais, como cartas e e-mails;
- fotografias, vídeos, gravações;
- leis, projetos, regulamentos, registros de cartório;
- catálogos, listas, convites, peças de comunicação;
- instrumentos de comunicação institucionais.

Existe uma dúvida sobre considerar relatórios impressos (relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas etc.) como fonte documental ou fonte bibliográfica. Não há consenso sobre isso. Sugiro que se avalie caso a caso e se tome a decisão no escopo da pesquisa, junto com o orientador. Se o relatório é interno à empresa, por exemplo, deve ser tomado como fonte documental. Se o relatório foi distribuído para clientes e bibliotecas, deve ser tomado como fonte bibliográfica. De qualquer modo, as fontes devem estar explicitadas na monografia.

Lembre-se: todos os dados de uma pesquisa exigem a indicação de sua fonte. Se a fonte é um documento, indique-a em nota de rodapé.

Para ler sobre Pesquisa Documental:

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.

LOIZOS, Peter. Vídeo, filme e fotografias como documentos de pesquisa. In: BAUER, Martin W.; GASKELL, George (org.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2002.

MANN, Peter. Métodos de investigação sociológica. 3.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.

MOREIRA, Sonia Virgínia. Análise documental como método e como técnica. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

TAYLOR, S. J.; BOGDAN, R. Introducción a los métodos cualitativos de investigación: la búsqueda de significados. Barcelona: Paidós, 1996.

Pesquisa Bibliográfica

Na produção da Monografia, você sempre irá recorrer à Pesquisa Bibliográfica. É, portanto, um de seus métodos, pois a busca de bibliografia segue um movimento metódico, articulado com a construção dos conceitos essenciais de seu referencial teórico.

Faz parte da bibliografia o acervo de livros e artigos que você reuniu, leu e utilizou para construir o ambiente teórico no qual irá se movimentar para compreender seu objeto. É fundamental perceber que lemos muito mais do que efetivamente utilizamos na Monografia – que nada mais é do que nosso “relatório de pesquisa”. Assim, nem tudo que lemos deve constar do texto final. A decisão do que “entra” e do que é “descartado” é um indicador da maturidade do pesquisador.

O lento processo de buscar a bibliografia, pesquisar nas bibliotecas, reunir o material que deve ser lido, efetivamente tomar contato com ele e enfim organizar (mental e concretamente) os conceitos e citações que serão posteriormente utilizados fazem parte do método chamado Pesquisa Bibliográfica.


Para ler sobre este método, recomenda-se:

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.

STUMPF, Ida Regina C. Pesquisa bibliográfica. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

Estudo de Caso

Estudo de Caso não é exatamente uma metodologia, e sim uma estratégia de pesquisa. Não basta que você tenha um objeto empírico para que tenha “um estudo de caso”. Para que este assim se configure, deve cumprir certas exigências:

- ser um estudo intensivo;
- preservar o caráter único do objeto investigado;
- ocorrer no ambiente natural do objeto;
- ser limitado quanto a tempo, eventos ou processos.

O Estudo de Caso pode trabalhar com um caso, ou dois, ou três. No caso de comparações, deve ter um foco bastante específico, geralmente em um processo que seja comum aos casos investigados.

Você pode decidir avaliar o histórico de uma instituição, fazendo um Estudo de Caso de tipo Histórico. Pode querer recuperar a biografia de alguém relevante para o campo em que estuda, caracterizando um Estudo de Caso de tipo Biográfico. Pode escolher analisar uma comunidade, fazendo então um Estudo de Caso de tipo Comunitário. Ou pode trabalhar por comparação, analisando os mesmos elementos em dois contextos diferentes, caracterizando um Estudo de Caso por Comparação.

Importa aqui compreender duas coisas: 1) nem sempre, quando temos um objeto, temos de fato um Estudo de Caso; 2) todo Estudo de Caso requer uma combinação de métodos e técnicas de coletas de dados. Talvez você tenha que lidar com Pesquisa Documental, Entrevista, Etnografia, Análise de Conteúdo, Narrativa ou de Discurso, por exemplo.


Para ler sobre Estudo de Caso, recomenda-se:

DUARTE, Marcia Yukiko Matsuuchi. Estudo de caso. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2003.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.

PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da pesquisa: abordagem teórico-prática. 6.ed. São Paulo: Papirus, 2000.

PÉREZ SERRANO, Gloria. Investigación cualitativa: métodos y técnicas. Buenos Aires: Editorial Docencia, 1994.

TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1997.

YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

Mapa de Métodos e Técnicas

Este é um mapa básico sobre métodos e técnicas, a fim de auxiliar em uma primeira busca.
Não há consenso, na literatura especializada, sobre a distinção entre método e técnica. Grosso modo, técnica é um instrumento específico que se insere em um método.
Normalmente, uma pesquisa exige uma combinação de métodos e técnicas, guiada pelo problema, pelos objetivos e pelo caráter da pesquisa (foco em produção, produto, recepção).


Pesquisa bibliográfica:
Gil (1999, 2002), Stumpf (2005)

Análise documental:
Gil (1999, 2002), Loizos (2002), Mann (1975), Moreira (2005), Taylor e Bogdan (1996)

Entrevista:
Babbie (2005), Alonso (1995), Duarte, J. (2005), Flick (2002), Gaskell (2002), Gil (1999), Haguette (2003), Jovchelovitch e Bauer (2002), Mann (1975), Sutil (1995), Taylor e Bogdan (1996), Triviños (1997)

Questionário, formulário, pesquisa de opinião, survey:
Babbie (2005), Gil (1999), Mann (1975), Novelli (2005), Pádua, J. (1993), Powell (1991)

Pesquisa-participante, pesquisa-ação:
Becker (1997), Gil (1999, 2002), Haguette (2003), Mann (1975), Pask (1995), Peruzzo (2005), Taylor e Bogdan (1996), Triviños (1997)

Etnografia:
Aguirre Baztán (1995), Galindo Cáceres (1997), Haguette (2003), Lago (2007), Pérez Serrano (1994), Travancas (2005)

Grupo focal:
Canales e Peinado (1995), Costa (2005), Dias (2000), Gaskell (2002)

História de vida, história oral:
Becker (1997), Cassab (2004), Galindo Cáceres (1997), Gobbi (2005), Haguette (2003), Santamarina e Marinas (1995)

Análise de conteúdo:
Bardin (2004), Bauer (2002), Navarro e Díaz (1995), Fonseca Júnior (2005), Herscovitz (2007), Pérez Serrano (1994), Triviños (1997),

Análise de discurso:
Benetti (2007), Gill (2002), Manhães (2005), Orlandi (2001)

Análise hermenêutica:
Bastos e Porto (2005)

Análise de narrativa:
Gancho (1998), Motta (2004, 2007), Niel (s.d.)

Análise semiótica:
Abril (1995), Codato e Lopes (2005), Iasbeck (2005), Penn (2002), Rose (2002)

Estudo de caso (estratégia):
Duarte, M. (2005), Fachin (2003), Gil (1999, 2002), Pádua, E. (2000), Pérez Serrano (1994), Triviños (1997), Yin (2005)


REFERÊNCIAS:

ABRIL, Gonzalo. Análisis semiótico del discurso. In: DELGADO, Juan Manuel; GUTIÉRREZ, Juan (org.). Métodos y técnicas cualitativas de investigación en ciencias sociales. Madri: Síntesis, 1995.

AGUIRRE BAZTÁN, Ángel. Etnografia: metodología cualitativa em la investigación sociocultural. Barcelona: Marcombo, 1995.

ALONSO, Luis Enrique. Sujeto y discurso: el lugar de la entrevista abierta en las prácticas de la sociología cualitativa. In: DELGADO, Juan Manuel; GUTIÉRREZ, Juan (org.). Métodos y técnicas cualitativas de investigación en ciencias sociales. Madri: Síntesis, 1995.

BABBIE, Earl. Métodos de pesquisas de survey. Belo Horizonte: UFMG, 2005

BARDIN, Laurence. A análise de conteúdo. 3.ed. Lisboa: Edições 70, 2004.

BASTOS, Fernando; PORTO, Sérgio Dayrell. Análise hermenêutica. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

BAUER, Martin W. Análise de conteúdo clássica: uma revisão. In: BAUER, Martin W.; GASKELL, George (org.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2002.

BECKER, Howard S. Métodos de pesquisa em ciências sociais. 3.ed. São Paulo: Hucitec, 1997.

BENETTI, Marcia. Análise do Discurso em jornalismo: estudo de vozes e sentidos. In: LAGO, Cláudia; BENETTI, Marcia (org.). Metodologia de pesquisa em jornalismo. Petrópolis: Vozes, 2007.

CANALES, Manuel; PEINADO, Anselmo. Grupos de discussión. In: DELGADO, Juan Manuel; GUTIÉRREZ, Juan (org.). Métodos y técnicas cualitativas de investigación en ciencias sociales. Madri: Síntesis, 1995.

CASSAB, Latif. Indivíduo e ambiente: a metodologia de pesquisa na história oral. Biblos. Vol. 16. Rio Grande: Editora da FURG, 2004.

CODATO, Henrique; LOPES, Flor Marlene E. Semiologia e semiótica como ferramentas metodológicas. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

COSTA, Maria Eugênia Belczak. Grupo focal. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

DIAS, Cláudia. Grupo focal: técnica de coleta de dados em pesquisas qualitativas. Informação e sociedade. V.10, n. 2. João Pessoa: UFPB, 2000.

DUARTE, Jorge. Entrevista em profundidade. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

DUARTE, Marcia Yukiko Matsuuchi. Estudo de caso. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2003.

FLICK, Uwe. Entrevista episódica. In: BAUER, Martin W.; GASKELL, George (org.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2002.

FONSECA JÚNIOR, Wilson Corrêa da. Análise de conteúdo. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

GALINDO CÁCERES, Luís Jesús. Sabor a ti: metodologia cualitativa en investigación social. Xalapa: Universidad Veracruzana, 1997.

GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. São Paulo: Ática, 1998.

GASKELL, George. Entrevistas individuais e grupais. In: BAUER, Martin W.; GASKELL, George (org.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2002.

GILL, Rosalind. Análise de discurso. In: BAUER, Martin W.; GASKELL, George (org.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2002.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.

GOBBI, Maria Cristina. Método biográfico. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

HAGUETE, Teresa Maria Frota. Metodologias qualitativas na sociologia. 9.ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

HERSCOVITZ, Heloiza. Análise de conteúdo em jornalismo. In: LAGO, Cláudia; BENETTI, Marcia (org.). Metodologia de pesquisa em jornalismo. Petrópolis: Vozes, 2007.

IASBECK, Luiz Carlos Assis. Método semiótico. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

JOVCHELOVITCH, Sandra; BAUER, Martin. Entrevista narrativa. In: BAUER, Martin W.; GASKELL, George (org.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2002.

LAGO, Cláudia. Antropologia e jornalismo: uma questão de método. In: LAGO, Cláudia; BENETTI, Marcia (org.). Metodologia de pesquisa em jornalismo. Petrópolis: Vozes, 2007.

LOIZOS, Peter. Vídeo, filme e fotografias como documentos de pesquisa. In: BAUER, Martin W.; GASKELL, George (org.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2002.

MANHÃES, Eduardo. Análise do discurso. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

MANN, Peter. Métodos de investigação sociológica. 3.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.

MOREIRA, Sonia Virgínia. Análise documental como método e como técnica. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

MOTTA, Luiz Gonzaga. Narratologia: análise da narrativa jornalística. Brasília: Casa das Musas, 2004.

MOTTA, Luiz Gonzaga. Análise pragmática da narrativa jornalística. In: LAGO, Cláudia; BENETTI, Marcia (org.). Metodologia de pesquisa em jornalismo. Petrópolis: Vozes, 2007.

NAVARRO, Pablo; DÍAZ, Capitolina. Análisis de contenido. In: DELGADO, Juan Manuel; GUTIÉRREZ, Juan (org). Métodos y técnicas cualitativas de investigación en ciencias sociales. Madri: Síntesis, 1995.

NIEL, André. A análise estrutural de textos. São Paulo: Cultrix, s.d.

NOVELLI, Ana Lucia Romero. Pesquisa de opinião. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

ORLANDI, Eni. Análise de discurso: princípios e fundamentos. 3.ed. Campinas: Pontes, 2001.

PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da pesquisa: abordagem teórico-prática. 6.ed. São Paulo: Papirus, 2000.

PÁDUA, Jorge. Técnicas de investigación aplicadas a las ciencias sociales. 5.ed. México: Fondo de Cultura Económica, 1993.

PASK, Gordon. Metodología participante con rigor. In: DELGADO, Juan Manuel; GUTIÉRREZ, Juan (org.). Métodos y técnicas cualitativas de investigación en ciencias sociales. Madri: Síntesis, 1995.

PENN, Gemma. Análise semiótica de imagens paradas. In: BAUER, Martin W.; GASKELL, George (org.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2002.

PÉREZ SERRANO, Gloria. Investigación cualitativa: métodos y técnicas. Buenos Aires: Editorial Docencia, 1994.

PERUZZO, Cicilia Maria Krohling. Observação participante e pesquisa-ação. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

POWELL, Ronald R. Basic research methods for librarians. 2.ed. Norwood: Ablex Publishing, 1991.

ROSE, Diana. Análise de imagens em movimento. In: BAUER, Martin W.; GASKELL, George (org.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2002.

SANTAMARINA, Cristina; MARINAS, José Miguel. Historias de vida e historia oral. In: DELGADO, Juan Manuel; GUTIÉRREZ, Juan (org.). Métodos y técnicas cualitativas de investigación en ciencias sociales. Madri: Síntesis, 1995.

STUMPF, Ida Regina C. Pesquisa bibliográfica. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

SUTIL, Carlos Rodríguez. La entrevista psicológica. In: DELGADO, Juan Manuel; GUTIÉRREZ, Juan (org.). Métodos y técnicas cualitativas de investigación en ciencias sociales. Madri: Síntesis, 1995.

TAYLOR, S. J.; BOGDAN, R. Introducción a los métodos cualitativos de investigación: la búsqueda de significados. Barcelona: Paidós, 1996.

TRAVANCAS, Isabel. Fazendo etnografia no mundo da comunicação. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (org.). Métodos e técnicas de pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1997.

YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

domingo, 16 de setembro de 2007

Problema de pesquisa

Pesquisadores são seres problemáticos. Se seu projeto não tem um problema, é você que está com um, e dos grandes. Sem problematização, não há pesquisa.

Problema é a questão a ser respondida pelo trabalho. Não é, porém, uma questão simples. Ela já vem polida por uma certa reflexão teórica. É uma questão que já tomou forma em sua mente, derivando de questões teóricas e de sua observação sobre um fenômeno. No nosso caso, derivando da observação sobre um fenômeno do campo da Comunicação e amparando-se em reflexões tanto desta área quanto de áreas que lhe são afins.

Não existem regras para a apresentação do chamado “problema de pesquisa”. Tanto pode ser apresentado como uma pergunta, quanto como uma afirmação. O que importa é que o problema seja bem construído, pois ele é o centro da pesquisa. Sua redação deve ser clara e precisa. Ao ler o problema de pesquisa, o examinador já sabe o que esperar da monografia. E é esta pergunta que o examinador quer ver respondida ao final. Portanto, invista na escritura do problema (bem como na redação dos objetivos). Esses são os guias do avaliador, pois são o eixo da sua pesquisa.

Construir o problema de pesquisa é, geralmente, a parte mais demorada da elaboração de um projeto. Depois que você consegue (finalmente) chegar a uma tema, começam as dúvidas sobre as questões de pesquisa e as problematizações. Não é possível dar uma orientação genérica sobre isso, pois cada caso é realmente um caso, depende do enfoque e do que você está querendo propor. No entanto, os limites do problema de pesquisa devem estar definidos também pela exeqüibilidade, pelo tempo de execução, pelo conhecimento do pesquisador, pelo acesso aos dados de pesquisa, pela relevância da questão e pelo caráter de um trabalho monográfico.


Dica: ao construir o seu projeto de pesquisa, para discutir com seu orientador, você terá um item específico chamado “Problema de Pesquisa”, onde o problema deve estar redigido de forma isolada do resto do texto. A monografia, porém, é uma espécie de “relatório” da sua pesquisa. Portanto, na monografia não cabe ter um item específico, com um título próprio, para identificar o seu problema. Onde ele estará disposto, então? Você terá que narrá-lo na Introdução do trabalho, deixando claro para quem ler qual é a questão que norteia a investigação. A melhor forma ainda é a mais clara e explícita, como: “Meu problema de pesquisa é: ....” ou “O problema de pesquisa que orienta esta monografia é ....”. O mesmo vale para os objetivos (tanto o geral como os específicos), que devem estar explicitados também na Introdução. Se o avaliador tiver clareza sobre o que você pretende, saberá como ler o seu trabalho.

Seja esperto: é você quem dá o tom do seu texto. Guie a leitura, diga o que está fazendo.

Monografia de Elis Martini

Elis Martini disponibiliza sua monografia em pdf para consulta online. “A Moral dos Ressentidos no Cinema Noir: uma análise do filme A Dama de Shangai” foi seu trabalho final no curso de Jornalismo da UFRGS, em 2007/1, sob orientação da professora Miriam Rossini. Excelente iniciativa. Para quem quiser ler, está neste link.

Elis também fala um pouco sobre a monografia em seu blog, no post de 15 de setembro.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Requisitos básicos do tema

Um bom tema deve:

- Ser prazeroso e interessante ao pesquisador. Não torne a monografia um fardo mais pesado do que já é. Escolha algo que lhe dê prazer.

- Ser exeqüível quanto ao tempo de execução. Não planeje algo que demanda mais tempo do que você dispõe, apenas para na metade do caminho ser obrigado a reduzir suas ambições. Não gere suas próprias frustrações.

- Ser exeqüível quanto ao acesso às fontes de pesquisa. Se seu trabalho exige acesso a informações privilegiadas, assegure-se de que tem este acesso antes de ir adiante. Se o acesso não é garantido, o melhor a fazer é mudar de tema ou de objeto.

- Estar adequado ao universo de conhecimento básico do pesquisador. Você gosta de televisão? Estude televisão. Sempre gostou de discutir política? Pense em uma problemática nesse campo. A mesma lógica vale para as disciplinas de antropologia, história, psicologia, sociologia, arte, filosofia, economia etc. A monografia é uma oportunidade de estudar e aprofundar conhecimentos, portanto escolha algo que vai qualificá-lo.

- Ser pertinente à área de conhecimento. Ou seja, estude Comunicação.

- Oferecer uma abordagem original. Para isso, é preciso avaliar o que vem sendo feito e propor um objeto novo ou um novo olhar sobre um objeto já pesquisado.

- Ter interesse público. De modo geral, eu diria que tem interesse público aquilo que pode contribuir com o conhecimento do campo da Comunicação, de um grupo social ou de uma instituição (preferencialmente pública). Os trabalhos sobre cidadania e meio ambiente, por exemplo, têm interesse público inegável. É importante que os resultados possam ser socializados.

- Ter relevância histórica e científica. A menos que seu trabalho tenha caráter histórico, é importante que você escolha temas contemporâneos. A relevância científica está associada ao interesse público e à validade que seu trabalho demonstrará, pelo referencial teórico e pela metodologia utilizados.

Temas da Comunicação

Aqui estão, de forma geral, as temáticas que vêm sendo pesquisadas no campo da Comunicação:

Jornalismo – jornais, imprensa sindical ou institucional, jornalismo alternativo ou comunitário, história da imprensa, telejornalismo, radiojornalismo, revistas de informação, webjornalismo, fotojornalismo, jornalismo especializado, gêneros jornalísticos, assessoria de imprensa, relação com as fontes, rotinas de produção, critérios de noticiabilidade, identidade profissional do jornalista, ética jornalística, observatórios de mídia, ensino de jornalismo

Publicidade – estratégias publicitárias, estudos de marca, marketing de relacionamento, criatividade, criação, consumo, análise de publicidade em meios segmentados, história da publicidade, marketing, marketing cultural, marketing religioso, marketing de responsabilidade social, buzz marketing, merchandising, propaganda e espaços urbanos, relação entre arte e publicidade, design gráfico, jingles, propaganda institucional, legislação, marketing eleitoral, propaganda política, ensino de publicidade e propaganda

Relações públicas – comunicação organizacional, cultura organizacional, meios como ferramentas de comunicação, recursos humanos, responsabilidade social, terceiro setor, marketing cultural, marketing institucional, marketing religioso, imagem dos profissionais de relações públicas, imagem e marca institucional, avaliação de resultados, comunicação dirigida, comunicação na administração pública, ensino de RP

Televisão e vídeo – telenovelas, seriados, gêneros televisivos, história da televisão, vídeo independente, vídeo popular ou alternativo, vídeo comercial, televisão pública, legislação

Rádio – gêneros radiofônicos, rádio comunitária, rádio pública, história do rádio, legislação

Internet – cibercultura, redes sociais, comunidades virtuais, blogs, interação

Fotografia – análise de produtos, relação com a arte, representação, impacto da tecnologia

Cinema – análise de filmes, métodos de produção, captação de recursos, distribuição, mercado audiovisual, linguagem, história do cinema

Editoração – produção, leitura, livro, revistas científicas, histórias em quadrinhos

Música – consumo, tipos, representações, impacto da tecnologia

Cultura – expressões da cultura popular, identidades, gênero (mulheres), cultura de massa, grafite, corpo e comunicação, estudos de recepção

Linguagem e estética – estudos de discurso, imaginário, representações, narrativas, subjetividades, transposição de linguagens de um suporte a outro

Tecnologia – desenvolvimento de tecnologias, plataformas midiáticas, programas, modos de interação, impacto das redes digitais no consumo de produtos culturais, computação gráfica, escrita coletiva, convergência dos meios

Indústria cultural – poder dos meios, economia política, informação no capitalismo, empresas de comunicação

Teorias e metodologias da comunicação – estudos de epistemologia da comunicação, o que é ciência, metodologia de pesquisa

O tempo

Tempo, tempo, tempo. Quem sabe lidar com ele? Em uma monografia, a única certeza que você tem é que o tempo não se estende. Se você tem um semestre ou dois para produzir a monografia, terá que trabalhar com esta medida de tempo e adequar seus interesses e possibilidades aos meses de que dispõe.

Conhecer sua vida concreta, e não a vida que gostaria de ter, é fundamental. Se você trabalha e precisa “encaixar” a monografia nos horários de folga do trabalho e das outras disciplinas, é evidente que precisa escolher um tema que exija menos dedicação, em termos de tempo. Se você tem mais tempo disponível, pode projetar um problema mais complexo e que demande mais leituras. O que não pode fazer, de modo algum, é criar um monstro que não poderá alimentar.

De qualquer modo, tendo mais ou menos tempo, o certo é que precisará de algum. E deverá deixar ao orientador um certo tempo também, para que ele possa fazer o trabalho que lhe compete. Poucas coisas irritam mais um orientador que aquele cara que não cumpre os prazos, não vem à orientação e depois entrega tudo no último dia, quando não é possível fazer nada. O orientador fica com a sensação clara de ter sido usado e se pergunta: “o que ele acha que eu sou, revisor de texto?”.

É bom compreender que monografia, assim como dissertação e tese, a gente faz aos pedacinhos. Depois de estabelecer uma arquitetura, a gente vai dando conta do recado por partes. A cada parte, vai entregando ao orientador, que vai lendo, devolvendo e pedindo correções. No final, falta apenas o polimento. Se você não prevê o tempo do polimento, seu texto vai revelar o desequilíbrio, e a banca vai perceber.

Uma vez uma pessoa me disse que não tinha dificuldade alguma com trabalhos, pois tinha um método próprio. Ela “sentava e escrevia”. Tinha feito sua monografia de conclusão de curso assim. Na verdade, tinha tirado férias do trabalho durante duas semanas, e neste período tinha se enclausurado em casa para escrever a monografia. Eu disse a ela que não acreditava neste método de trabalho, porque nenhum texto tão extenso poderia ser de fato escrito em tão pouco tempo.

O que acontece quando você começa a escrever? Você mergulha naquela parte do trabalho e, à medida que escreve, surgem dúvidas na sua mente, que requerem uma ou outra nova leitura. Se você não prevê pelo menos três semanas para escrever cada capítulo, não se permite um amadurecimento destas idéias. Seu texto fica plano e sem capacidade de articulação. Além disso, a parte empírica do trabalho normalmente exige uma dedicação maior e grande esforço intelectual. Se você estiver cansado, porque passou escrevendo de forma alucinada seus capítulos teóricos, não consegue ter criatividade para observar seu objeto.

Por todas essas razões, a melhor decisão é de cunho pragmático: já que você não pode estender o tempo, pense em perspectiva e trabalhe com pequenos prazos. Reconheço que procrastinar é bom, mas o tempo é inclemente.

A linguagem

Vamos ver, mais tarde, questões específicas sobre a linguagem científica. Quero dizer, rapidamente, por que ela é importante. Embora muitas pessoas definam o texto acadêmico como chato, rançoso, empolado, hermético e pedante, o fato é que ele segue algumas regras apenas para assegurar legitimidade ao trabalho dos próprios pesquisadores. Não podemos abrir mão desta linguagem, porque isso prejudicaria a validade da pesquisa.

O texto científico está inscrito dentro de um gênero discursivo, que, como todo gênero, deve obedecer a certas regras. Os limites dessas regras não estão muito definidos. Normativamente, temos a ABNT (Associação Brasileira de Normas Científicas), que rege pontos básicos, como citações, referências e outros elementos. Mas há questões a serem negociadas, que dependem muito da visão do orientador sobre a liberdade autoral do orientando.

Nas Ciências Sociais Aplicadas, lidamos constantemente com fenômenos de forte caráter subjetivo. Se não tivermos cuidado com as valorações (os adjetivos e advérbios, por exemplo), isso pode colocar em risco todo o trabalho. Assim, a questão formal é muito importante. Nada pior, em um texto acadêmico, que as generalizações que podem ser derrubadas com um simples “mas e se pensássemos que...?” (e lá se foi toda a certeza do autor).

Monografia é texto científico. Não precisamos confundir texto científico com texto sem inspiração, mas com certeza não é poesia para alimentar estetas, nem dogma para convencer fiéis, nem tese política para motivar militantes.

O tema e o orientador

Vou fazer posts específicos sobre a escolha do tema. Quando você começa a pensar sobre o que fazer, está em busca de um tema, que é este campo mais amplo onde se inscrevem os seus interesses. Deve estar relacionado ao seu universo de conhecimento básico, para ser apenas aprofundado, e deve ser prazeroso. Não esqueça que vai passar meses agarrado a este tema. Já que a monografia é obrigatória, pelo menos exerça a liberdade de escolher algo que lhe dê algum prazer.

Bem, mas entram aí as limitações institucionais. Você terá que ser orientado na produção da monografia. Os professores são em número pequeno, e alguns deles já têm orientandos na agenda. Além disso, nenhum professor vai se arriscar a orientar uma monografia que fuja completamente ao seu campo básico de conhecimento, o que estaria no limite da irresponsabilidade. Portanto, você vai ter que conjugar o seu interesse com a capacidade de orientação dos professores disponíveis. Talvez tenha que fazer, neste processo, algumas concessões: ou em relação ao objeto, ou teóricas, ou mesmo metodológicas. É bom lembrar que o Departamento de Comunicação permite que você busque um orientador em outro Departamento da UFRGS ou alguém que tenha título de mestre e seja cadastrado como orientador – o que aumentam as possibilidades de orientação.

De qualquer modo, ao iniciar a elaboração do tema, já avalie as possibilidades de orientação. É uma economia de esforços que pode evitar uma série de desgastes.

O que angustia?

A monografia é obrigatória e paira sobre os ombros do monografando como um papagaio de ventríloquo que jamais cala o bico. Ao ser questionado sobre o que angustia o pobre monografando, o que geralmente diz o papagaio?

- não sei sobre que tema fazer;
- tenho um tema em mente, mas não sei se rende;
- tenho dois temas e não consigo escolher;
- simplesmente não sei por onde começar;
- não sei quem pode me orientar;
- não sei como encontrar um orientador;
- sei o que quero fazer, mas não há ninguém que possa me orientar aqui;
- não sei escrever na linguagem científica;
- detesto a linguagem acadêmica e acho isso uma bobagem;
- não tenho tempo para isso, estou fazendo estágio;
- não tenho disciplina suficiente, sou muito dispersivo;
- não sei lidar com prazos;
- não gosto de ler teoria, meu negócio é literatura;
- nunca vou conseguir ler toda a bibliografia necessária;
- tenho medo de usar autores de diferentes paradigmas;
- não entendo nada de metodologia;
- nunca escrevi mais do que dez páginas, como vou escrever pelo menos cinqüenta?

Espero que ninguém tenha todas essas dúvidas ao mesmo tempo, mas dificilmente alguém estará livre de algumas delas. Na verdade, elas acompanham todos os pesquisadores, independentemente do estágio de formação. Doutores também possuem dúvidas sobre construção de problemas de pesquisa, por exemplo, e muitos têm dificuldades para lidar com prazos.

Vou procurar tratar de cada item em separado, pois todos são pertinentes. O que importa dizer, logo de início, é que as angústias de quem está construindo um projeto de pesquisa não são pessoais, e sim compartilhadas. Alguns podem estar mais seguros sobre um ou outro ponto, mas o fato é que todos passam pelas mesmas dúvidas. Falar sobre essas questões vai retirando, do processo, uma certa aura mítica de que existiriam mentes privilegiadas para as quais a monografia seria apenas uma questão de “sentar e escrever”. Lamento informar, mas isso não existe. Todo mundo tem um papagaio chato gritando no ombro.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Por que fazer uma monografia?

A primeira questão que surge, em alunos de graduação que se preparam para enfrentar o duro exercício da monografia, é: por que eu tenho que fazer uma monografia de final de curso?

Algumas respostas sinceras logo surgem:
- porque sou obrigado e, sem isso, não posso me formar;
- porque alguém, quando criou o currículo, decidiu que todo mundo deveria ser capaz de fazer um texto monográfico antes de se formar.

Outras respostas, não menos sinceras, não tardam a aparecer:
- porque é um modo de produzir algum conhecimento relevante;
- porque finalmente posso estudar alguma coisa que me interessa;
- porque assim posso devolver, à sociedade, um pouco do que a universidade pública me proporcionou.

Eu arrisco agregar outras razões, que os alunos nem sempre ousam levantar:
- porque é uma oportunidade de produzir conhecimento, no lugar em que se deve (por natureza) construir conhecimento reflexivo;
- porque não são os filósofos, antropólogos, economistas ou psicólogos, por exemplo, que estão realmente habilitados a tratar dos fenômenos dos campos do jornalismo, da publicidade e das relações públicas – e sim nós, pesquisadores da Comunicação, que temos referencial e conhecimento para tratar destes objetos.

Assim, a monografia deriva de um conjunto de razões. É obrigatória no curso de Comunicação da UFRGS? É, sim. Mas isso não deve obscurecer seu propósito mais nobre, que é o de contribuir, de forma pontual, para avançar no conhecimento da nossa área.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Livros, livros, livros

Para inaugurar este blog, vai uma primeira listagem de blibliografia. São os livros indicados aos alunos da disciplina Organização de Projetos em Comunicação no primeiro dia de aula, neste segundo semestre de 2007, na UFRGS.

Marcados com um asterisco, estão aqueles que podem ser considerados como bibliografia básica. Ao longo do semestre, e conforme formos avançando no debate, indicarei quais livros tratam de métodos específicos, naquilo que chamo de "mapa de métodos". Lembro que uma bibliografia está sempre em construção e é sempre mais vasta do que qualquer professor pode reunir, portanto sugestões são bem-vindas.


Bibliografia:

ALBUQUERQUE, Leila Marrach Basto de. Sujeito e realidade na ciência moderna. São Paulo: Annablume, 2003.
AGUIRRE BAZTÁN, Ángel. Etnografia: metodología cualitativa em la investigación sociocultural. Barcelona: Marcombo, 1995.
ANDERY, Maria Amália et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. 12.ed. São Paulo: EDUC; Rio de Janeiro: Garamond, 2003.
BACCEGA, Maria Aparecida. Comunicação e linguagem: discursos e ciência. São Paulo: Moderna, 1998.
BACHELARD, Gaston. O novo espírito científico. 3.ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2000.
BACHELARD, Gaston. Epistemologia. 2.ed. Lisboa: Edições 70, 2001.
BACHELARD, Gaston. Ensaio sobre o conhecimento aproximado. Rio de Janeiro: Contraponto, 2004.
BARDIN, Laurence. A análise de conteúdo. 3.ed. Lisboa: Edições 70, 2004.
BARROS, Aidil de Jesus Paes de. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. Petrópolis: Vozes, 1990.
* BAUER, Martin W.; GASKELL, George (org.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2002.
BECKER, Howard S. Métodos de pesquisa em ciências sociais. 3.ed. São Paulo: Hucitec, 1997.
BENETTI, Marcia. Jornalismo e perspectivas de enunciação: uma abordagem metodológica. Intexto. N. 14. Porto Alegre: PPGCOM/UFRGS, jan./jun. 2006.
BIANCHETTI, Lucídio; MACHADO, Ana Maria Netto (org.). A bússola do escrever: desafios e estratégias na orientação de teses e dissertações. Florianópolis: UFSC; São Paulo: Cortez, 2002.
BOOTH, Wayne C.; COLOMB, Gregory G.; WILLIAMS, Joseph M. A arte da pesquisa. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
BOURDIEU, Pierre. O campo científico. In: BOURDIEU, Pierre. Sociologia. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril, 1994.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues (org.). Pesquisa participante. 6.ed. São Paulo: Brasiliense, 1986.
CASSAB, Latif. Indivíduo e ambiente: a metodologia de pesquisa na história oral. Biblos. Vol. 16. Rio Grande: Editora da FURG, 2004.
CHALMERS, Alan. O que é ciência, afinal? São Paulo: Brasiliense, 1993.
CHALMERS, Alan. A fabricação da ciência. São Paulo: Unesp, 1994.
* CHAROUX, Ofélia Maria Guazelli. Metodologia: processo de produção, registro e relato do conhecimento. 2.ed. São Paulo, DVS, 2006.
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1994.
CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 2.ed. São Paulo: Cortez, 1995.
CRESWELL, John W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
DELGADO, Juan Manuel; GUTIÉRREZ, Juan. Métodos y técnicas cualitativas de investigación em ciencias sociales. Madri: Síntesis, 1995.
DEMO, Pedro. Metodologia científica em ciências sociais. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1989.
DENCKER, Ada de Freitas Maneti; DA VIÁ, Sarah Chucid. Pesquisa empírica em ciências humanas (com ênfase em comunicação). São Paulo: Futura, 2001.
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* FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
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