sexta-feira, 7 de setembro de 2007

A linguagem

Vamos ver, mais tarde, questões específicas sobre a linguagem científica. Quero dizer, rapidamente, por que ela é importante. Embora muitas pessoas definam o texto acadêmico como chato, rançoso, empolado, hermético e pedante, o fato é que ele segue algumas regras apenas para assegurar legitimidade ao trabalho dos próprios pesquisadores. Não podemos abrir mão desta linguagem, porque isso prejudicaria a validade da pesquisa.

O texto científico está inscrito dentro de um gênero discursivo, que, como todo gênero, deve obedecer a certas regras. Os limites dessas regras não estão muito definidos. Normativamente, temos a ABNT (Associação Brasileira de Normas Científicas), que rege pontos básicos, como citações, referências e outros elementos. Mas há questões a serem negociadas, que dependem muito da visão do orientador sobre a liberdade autoral do orientando.

Nas Ciências Sociais Aplicadas, lidamos constantemente com fenômenos de forte caráter subjetivo. Se não tivermos cuidado com as valorações (os adjetivos e advérbios, por exemplo), isso pode colocar em risco todo o trabalho. Assim, a questão formal é muito importante. Nada pior, em um texto acadêmico, que as generalizações que podem ser derrubadas com um simples “mas e se pensássemos que...?” (e lá se foi toda a certeza do autor).

Monografia é texto científico. Não precisamos confundir texto científico com texto sem inspiração, mas com certeza não é poesia para alimentar estetas, nem dogma para convencer fiéis, nem tese política para motivar militantes.

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